quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Anna Yoga - O yoga da alimentação



É normal alunos perguntarem o que eu acho sobre alimentação, se para praticar yoga é necessário se tornar vegetariano. Minha resposta é que cada um tem sua escolha e que nem sempre nós sabemos disso, e provavelmente não escolhemos o que comemos por falta de conhecimento de como o alimento interfere no nosso corpo, emoção e mente. De maneira alguma eu falo para um aluno coma isso e não coma aquilo. Eu penso que à medida que observamos nosso corpo, que nos vemos a cada pratica, a cada agora, entendemos a influência do alimento sobre nós. Aí sim faremos escolhas. E pode ser que por algum motivo a escolha seja de algo que trará algum desconforto depois, e tudo bem, por que no desconforto estará a consciência da escolha. Podemos com conhecimento escolher o que vamos comer, ler, ouvir, enxergar, tudo para que nosso corpo, emoções e mente sejam alimentadas de forma consciente e assim nosso dia a dia ser mais legal, leve e fluido. Não é o alimento, nem a pratica, muito menos a professora que vai te trazer felicidade e bem estar. Isso quem faz é seu autoconhecimento, todo o resto é ferramenta.

Separei um trecho de um livro que fala sobre anna yoga, o yoga da alimentação. Aproveite!


... Comemos muito e refletimos pouco. Dormimos agitados e acordamos com pressa. Vivemos como máquinas, precisando de um combustível que possa fazê-la trabalhar. Assim, comemos qualquer coisa que gere energia para tocarmos a vida para frente. Não fazemos distinção entre comida e alimento. A saciedade é o que nos importa.

Neste padrão de conduta, vivemos mal, com dores físicas ou psíquicas, querendo sempre algo que não conseguimos acessar. Nosso corpo sofre da fome oculta, cheio de comida, mas ainda com fome, pois aquilo que comemos carece de energia vital. Grande parte do que comemos é produzida quimicamente, com elementos destruidores da saúde, tanto do corpo quanto da mente.

O yoga, na sua milenar ciência terapêutica, traz o enfoque profundo de que o homem se torna aquilo que pensa e a partícula mais sutil do alimento forma a matéria mental. Desta forma, o alimento que ingerimos vai criando a nossa realidade mental e por meio desta realidade mental vamos gerando nossos hábitos, os hábitos vão fortalecendo o caráter e este por sua vez vai determinando a vida momento a momento.

No hatha Yoga Pradipika, texto clássico do yoga, está escrito que a alimentação deve ser pura (mithahara).

O alimento gera a natureza da mente e por esta razão tem-se preconizado um alimento que possa ser puro o suficiente para ser capaz de gerar uma mente pura.

O Yoga nos ensina que a escolha que fazemos frente às opções alimentares é fruto da nossa capacidade de discernimento (viveka).

Assim como está nossa mente, escolhemos nosso alimento...


trecho do livro: A senda do yoga, Maria Laura Garcia Packer.



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